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Afinal de Contas: Artrose de Tornozelo Existe?


Sim, existe.

A imensa maioria dos profissionais e residentes em ortopedia e traumatologia conhece, e sabem da existência, um bom algoritimo de tratamamento para artroses ... de joelho e quadril (!), mas posso afirmar: protocolos e algoritimos para as artroses de tornozelo são raros.

São poucas as descrições uniformes na literatura. Alguns "guidelines" confiáveis encontramos aqui e ali, digamos assim. Como tratar a artrose deste segmento articular? Antes de mais nada, um algoritimo é aquilo que tem início, sequênca lógica de conduta, e um fim, avaliando todas (ou quase todas) as nuances de apresentação de determinada doença. Médicos de diversas especiaidades levam em conta estes algoritimos para tratar as doenças. Hoje, inclusive, na avaliação de processos de uma organização hospitalar, p.ex., estes protocolos são usados como indicadores de qualidade na prestação de serviços médicos.

Vejam o exemplo simplificado abaixo em animação:

Em recente publicação da RBO ( Revista Brasileira de Ortopedia, em sua edição novembro/dezembro de 2014 ), a SBOT ( Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia ) começa, ao menos aqui no Brasil, jogar luz sobre este tema. Autores brasileiros de renome como o Alexandre Godoy, Tulio Diniz e o suiço Beat Hittermann, entre outros, fazem um resumo sobre o que já se sabe na literatura sobre o assunto e propõem os chamados estágios de tratamento ( quem sabe o princípio de uma classificação uniforme? ) para a doença artrose tibio-társica ( artrose do tornozelo ). Por classificação se entenda algo que, em ortopedia, se faz uma graduação da gravidade, geralmente levando em consideração imagens de exames como raios-x, tomografia e ressonância magnética. Esta classificação se insere dentro do raciociocíno lógico de um algoritmo ou fluxograma - citado no parágrafo acima.

Como profissional responsável pela formação de médicos na area de cirurgia do pé e tornozelo, já deixo claro que adotarei esta sugestão de "estadiamento" dentro do serviço que atualmente coordeno.

Um breve resumo comentado deste artigo:

- Ao contrário das artroses de quadril e tornozelo, jovens e submetidos a osteossínteses de tratamento são os mais afetados pelas artroses de tornozelo. Estas correspondem a 4,4 % de todas as artroses por motivos de consulta nos EUA. Imaginem vocês uma doença incapacitante no início da vida de um individuo. O quanto de gasto privado e social pode ser contabilizado? As implicações psicilógicas envolvidas?;

- A Ressonância Magnética é o exame mais indicado atual para avaliar danos de cartilagem, característica principal das artroses. Estes danos podem ser definidos em abrangência, localização e profundidade;

- O estadiamento em 4 estágios é a "novidade" do artigo: Estágio 1: Tratamento Não Cirúrgico; Estágio 2: Tratamento com Preservação Articular; Estágio 3 - Artroplastia; Estágio 4 - Artrodese.

- os últimos 2 estágios para inidicação de tratamento são usados para artroses graves. A Artroplastia ainda está em fase de curva de aprendizado em paises como o Brasil, em virtude de seu alto custo e do ainda grande número de falhas detectadas, hoje principalmente, nos EUA, mas o futuro é bastante promissor nesta area.

Lembro que este post tem mero objetivo de informação pra leigos. Nada substitue o contato e a confiança do seu médico, mas este autor acredita que um paciente bem informado ajuda em seu próprio tratamento e o bom resultado numa orientação médica.

Referência:

1. Santos A, Demange MK, Prado MP. Lesão de cartilagem e osteoartrose do tornozelo: revisão da literatura e algoritmo de tratamento. Revista Brasileira de Ortopedia; 2014;49(6):565–72.

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